Depois de muito tempo sem escrever aqui, resolvi tirar a poeira desse blog esquecido e contar a história do momento mais intenso e feliz da minha vida até agora.
Eu sempre achei relatos de parto bonitos, mas não pensava em escrever sobre o meu até o momento que as parteiras daqui me encorajaram a escrever a minha experiência, na minha própria língua, para me ajudar a processar tudo o que aconteceu.
Então, eis aqui o meu relato.
Tudo começou na noite do dia 15 de novembro. Minha sogra havia me ligado naquela noite para saber se estava tudo bem e se já havia algum sinal da chegada do bebê.
"Não", eu disse, "não tem sinal de nada por aqui. Acho que ele vai chegar no fim de semana (era uma quarta-feira)"
Às 23hs30min eu estava deitada no sofá assistindo seriado quando eu senti um líquido sair. Eu pensei:"bem, xixi não é porque não sai xixi desse lugar. Será que é a bolsa que estourou? Ai, que preguiça de levantar para ver o que é..."
Decidi então esperar. Se fosse a bolsa mesmo iria sair mais líquido. Dito e feito. Quando eu senti sair mais líquido levantei rápido do sofá. Olhei ao redor para ver se tinha algo para segurar a água e só vi a calça do meu pijama (porque naqueles dias eu usava calça apenas quando era extremamente necessário). Coloquei a calça dobrada no meio das pernas (porque eu não queria molhar o chão) e gritei para o meu marido, que estava trabalhando no escritório dele no segundo andar.
"Amor, corre aqui embaixo rapidinho!"
Ele desceu as escadas numa corrida.
"O que foi?"
"A bolsa estourou!!"
Fomos juntos ao banheiro. Eu numa tremedeira só. Ele numa alegria só.
A emoção que eu senti foi muito intensa. Bem, emoções, pois era medo, alegria, amor, incerteza... tudo junto e misturado.
Demos as mãos e oramos juntos. Eu sentada no vaso, ele abaixado na minha frente.
Depois de ligarmos para os pais dele para deixá-los de sobreaviso, pensamos no que faríamos a partir dali. Eu ainda não tinha contrações, então resolvemos ir para a cama e tentar pegar umas horinhas de sono antes do furacão.
Assim que deitamos, as contrações começaram.
"Uai, não é tão ruim, não", pensei.
Mas dentro de poucos minutos elas começaram ficar mais intensas e meu olho arregalou. Resolvi descer para a sala e tentar as manobras para lidar com a dor que eu tinha aprendido.
Tijs desceu comigo, mas eu falei para ele trazer uma coberta para baixo e tentar dormir no sofá. Até aquele ponto eu estava dando conta sozinha.
Uma hora depois o Tijs acordou com a minha respiração e gemidos. As contrações ficaram bem fortes e cada vez mais perto umas das outras e eu estava tentando lidar com a dor com os exercícios de respiração que eu havia aprendido.
A partir daquele momento ele respirou comigo o tempo todo, me ajudando a lembrar dos exercícios.
Passamos a madrugada toda respirando, assistindo Friends, cochilando entre as contrações e mandando mensagens para as minhas irmãs contando como eu estava e assegurando que estava tudo bem.
Às 5hs30min resolvemos ligar para a parteira, pois as contrações estavam muito fortes e com 3 minutos entre uma e outra.
Ela chegou às 6 horas e fez o exame de toque. Eu toda feliz achando que já estava com uns 6cm de dilatação.
"Você está com 2 cm" ela disse.
Foi um balde de água fria.
"Ok" eu pensei "vai ficar mais intenso, mas eu dou conta".
A parteira foi embora dizendo que voltaria em 3 horas.
Me concentrei e respirei fundo.
"Vamos lá, Kelly, força na peruca que ele vai chegar" foi o meu pensamento.
Às 9 horas chegou a parteira. As contrações vinham a cada 2 minutos e eu achando que já estava quase lá.
Exame de toque de novo.
"Você está com 4 cm, Kelly. O que você quer fazer? Quer ficar em casa e esperar mais ou ir para o hospital e tomar uma anestesia?"
"Eu quero ir para o hospital".
Nessa hora eu já não aguentava mais a dor e não conseguia andar ou fazer qualquer outra coisa. A posição mais confortável era ficar meio sentada no sofá.
Durante a minha gravidez eu ouvi muito que contrações eram tipo uma cólica menstrual, mas só que 20 vezes pior e também ouvi muito sobre as tais "rugweeën" (traduzindo literalmente, contrações nas costas). Eu não sei como se chama esse tipo de contração em português, mas por aqui eles dizem que é o pior tipo de contração que tem.
Pois então, "Tipo cólica menstrual meu nariz!!!" e, é claro, eu tive as tão famosas "rugweeën".
Ligamos para a minha sogra para vir nos buscar e quando ela chegou eu mal conseguia caminhar. Dava 3 passos e vinha uma contração e nessa hora era chamar por Jesus e cair de joelhos no chão (de dor, não por devoção).
Depois de um trajeto que parece que durou horas, mas que durou só 20 minutos, chegamos no hospital.
Na suite de parto me ligaram a um monte de aparelhos, pois antes de tomar qualquer anestesia, era preciso avaliar o estado por bebê por meia hora.
Nesse ponto eu só conseguia ouvir o Tijs respirando no meu ouvido e me dando o ritmo para eu poder me lembrar de respirar. As contrações estavam vindo a cada minuto e muito, muito intensas.
Eu ouvia o Tijs me ajudando a respirar e sussurrando palavras de conforto, horas em Português, horas em Holandês, equanto eu falava:"Ik kan niet meer!! Ik kan niet meer!!"(Eu não aguento mais).
A ginecologista veio me avaliar para decidir qual tipo de anestesia seria melhor no meu caso.
Exame de toque de novo e:
Surprise, surprise!!!
5 centímetros só!!!
Eu me desesperei. Mais de 10 horas de trabalho de parto, contrações vindo a cada minuto, tão intensas que às vezes eu esquecia de respirar e gritava ou grunhia, não tenho certeza do que eu fiz nesse mar de dor.
"Epidural" disse a ginecologista.
As contrações estavam intensas demais e não havia progresso na dilatação.
Fui para uma outra sala onde eles administraram a anestesia.
E adivinha: só pegou de um lado!
Tenta daqui, tenta dali. Espera. Tenta mais um pouco.
Nada. A anestesia só pegou de um lado mesmo. A dor mais intensa tinha desaparecido, mas do lado direito eu ainda sentia as contrações forte o suficiente para ter que aplicar meus tão preciosos exercícios de respiração.
Enfim, com a anestesia eu podia ficar mais tranquila e descansar. Já era 13 horas e o Tijs pode finalmente comer alguma coisa. Eu ganhei um picolé e estava totalmente zen, não sei se da dor tão intensa que eu tinha sentido ou da anestesia ou do picolé. O fato é que pela primeira vez desde que as contrações tinham começado eu podia pensar no bebê e entender o que estava acontecendo ao meu redor, porque até aquele momento era como se só existisse eu e a dor. O mundo ao meu redor estavaestava parece que envolto em uma névoa.

Mudar para outro país é uma coisa louca. Para mim esse processo tem sido uma montanha russa de sentimentos. Eu gostaria de poder dizer que esse processo é um mar de rosas, mas não é.
Especialmente nesta fase difícil em que o Brasil se encontra, eu vejo muitas pessoas comentando como gostariam de se mudar para a Europa ou EUA e têm idéias românticas de como seria essa vida no exterior. Pois eu digo aqui com toda a honestidade: mudar de país não é para todos.


Você precisa ter uma boa base do lado de lá, como amigos, algum familiar, pessoas com quem você pode contar e não ficar totalmente sozinho, pois vai chegar a hora em que você vai penar e vai penar MUITO. Sozinho é quase impossível superar isso.
Eu me considero uma felizarda por ter tanto suporte deste lado do oceano. Tenho um marido hiper dedicado, uma família presente e amorosa e alguns amigos. Nunca precisei sofrer sozinha, graças a Deus.


Há dois meses eu arrumei um trabalho em tempo integral numa loja. Eu amo esse trabalho, mas ao mesmo tempo, esse tem sido um dos maiores desafios da minha vida. Não pelo trabalho em si, pois trabalhar em um loja não tem segredo, né gente?! Mas pelo fato de eu ter que aprender tudo quase do zero, usando a minha terceira língua (Holandês) que não é lá grandes coisas. Nas minhas duas primeiras semanas eu chorei quase todos os dias, mas o meu terceiro dia, especificamente, foi MUITO difícil! Além de chorar litros, tive até umas crises de ansiedade. Então a minha sogra ligou para mim e conversou muito comigo, me consolou, me deu apoio e orou por mim. Isso me deu um sustento incrível! Percebe o que eu quero dizer quando falo sobre ter um bom suporte no país aonde você quer morar?


Enfim, mesmo com todo esse suporte e apoio, eu ainda passo por uns bons perrengues. Saudade do Brasil eu não sinto, não. Às vezes sinto falta da comida e morro de uma saudade sufocante das minhas irmãs, dos meus sobrinhos e da minha melhor amiga (com quem eu converso todos os dias pelo whatsapp :-D ). Mas o que eu sinto muita falta é de ser entendida e poder entender tudo o que acontece ao meu redor; de não precisar pensar e quebrar a cabeça para fazer as coisas mais simples da vida como ir ao supermercado, ao banco, pegar ônibus; de fazer piada com meus colegas de trabalho e eles me entenderem e de ter conversas mais profundas e falar sobre assuntos mais inteligentes e "difíceis" (vai demorar um tempo até eu conseguir fazer isso em Holandês).
Parece bobagem, mas isso pode me deixar muito deprimida por vezes e me faz sentir muito sozinha. Sabe quando as coisas mais simples da vida se tornam os seus desafios diários? Então, bem vindos ao meu mundo.


Nos últimos dias eu tenho vivido o baixo do meu "altos e baixos". Talvez até por essa razão eu voltei a escrever, para ver se de uma forma ou de outra eu consigo processar essa fase. A frustação se torna quase sufocante, o cansaço de se esforçar por aprender uma língua, tentar viver, trabalhar e construir uma vida usando essa língua se torna consumidor. As pessoas me perguntam se está tudo bem e eu sempre respondo: "sim, mas eu estou cansada na minha cabeça." Soa estranho, mas é verdade. Às vezes eu me sinto tão exausta "na cabeça" que eu não consigo pensar direito nem em Português.



Anyway, ontem eu estava no ônibus, a caminho do meu trabalho e já me preparando para um dia agitado e de muita luta para falar e entender Holandês, orando e ouvindo "músicas de Jesus" quando começou a tocar "Tributo a Yehovah" do Adhemar de Campos. Eu comecei a pensar em todas as coisas pelas quais eu posso ser grata a Deus.
É fácil se afogar em auto piedade, miséria e sofrimento e nessas horas é difícil forçar o coração a ser grato.
Eu tenho muito temor em dizer que "Deus falou comigo" porque eu não acredito que essas coisas sejam tão banais como querem fazer a gente acreditar hoje em dia. Ouvimos muito no meio evangélico frases como: "Deus me disse isso..." "Deus me disse aquilo..." "Deus tá mandando eu fazer isso ou aquilo..." e vocês conhecem a ladainha.
Mas eu tive uma forte convicção sobre: "Você está exatamente aonde Eu quero".
Difícil ou não, sofrido ou não, cansativo ou não, a convicção de que eu estou exatamente aonde Deus quer, me faz levantar do pó e seguir em frente. Com joelhos fracos, passos lentos, mas sigo em frente. Este é o plano de Deus para mim, é a vontade Dele para mim e não há conforto maior do que esse.
Sentada naquele ônibus, em algum lugar no inteiror da Holanda, eu respondi, ainda meio chocada com a intensidade daquela convicção: Se é assim, então, eis me aqui, Senhor. Só peço força para prosseguir. Me entrego ao Teu plano.
Foi algo tão forte e profundo que eu comecei a chorar ali mesmo. Não tinha como segurar as lágrimas.
Emanuel.
Deus estava ali comigo.
Ainda bem que eu era a única passageira no ônibus... hahaha
Fui para o trabalho com o coração leve e grato. Isso quer dizer que meu dia foi fácil? Não. Meu dia não foi nem de longe fácil. Mas sabe de uma coisa? O fato de que Deus está comigo e que eu estou aonde Ele quer que eu esteja não quer dizer que tudo vai ser fácil, cor de rosa, lindo e maravilhoso. Quer dizer que SABER que Ele está comigo e que Ele tem um plano é o suficiente. Sigo em frente, tropeçando, caindo, levantando, andando devagar ou correndo. Olho para cima, vejo o que não se pode ver, fixo os meus olhos no que é eterno, respiro fundo e continuo.
Emanuel.

Eu preciso fazer uma confissão aqui: eu sou viciada em spoilers.
Simplesmente não consigo viver sem eles. Eu os amo e os odeio.
Certa vez, eu estava lendo meu primeiro thriller e amando ele (normalmente eu não gosto do estilo, mas esse livro em questão era muito bom), mas não consegui lidar com o suspense e procurei na internet todos os spoilers possíveis. Na metade do livro eu já sabia exatamente o que iria acontecer, inclusive o gigantesco plot twist no final.
Eu já fiz coisas como, de uma vez só, assistir o último episódio de cada temporada da série que eu tinha acabado de começar a assistir só para saber aonde que o personagem principal iria parar.



Meu marido detesta spoilers e eu sou proibida de falar qualquer detalhe sobre o filme ou seriado que a gente está assistindo juntos. Certa vez, assistíamos um seriado, o qual ele havia assistido antes e já conhecia a história, e ele estava animado com a surpresa que eu teria quando um dos personagens principais fosse assassinado. De repente eu pausei o episódio e disse:
"Amor, preciso confessar uma coisa".
"Ãh, fala" Já com cara de quem sabia o que estava por vir.
"Eu já sei que fulana vai ser assassinada."
"Aaaaahhh, mas como?"
"Foi por acidente!"
"Acidente como?"
"Acidente do tipo: eu digitei no Google 'spoilers _nome do seriado_'  e esse era um dos principais spoilers que tinha lá nos links que eu achei."
"..." Poker face.



Eu não consigo lidar bem com o fato de não saber o que está para acontecer. Eu preciso ter controle do que eu estou consumindo, seja assistindo ou lendo. Isso me traz uma sensação confortante de estar com as minhas emoções nas minhas mãos.
Eu já desejei ardentemente poder abrir o Google e digitar assim: 'spoilers da vida da Kelly'.
Terei uma vida longa? Voltarei um dia para o Brasil? Conseguirei ter uma carreira aqui na Holanda? Serei sempre saudável? O que vai acontecer com as pessoas que eu amo? Terei filhos? Comprarei uma casa? Como eu vou morrer? Os meus sonhos se tornarão realidade?
Mas eu me pergunto se eu realmente daria conta de saber todas essas coisas a respeito da minha vida.



No dia 1º de julho completaram-se 10 anos desde a primeira vez em que eu vi meu marido. No dia anterior eu havia chegado em BH e estava assustada e com muito medo. Tudo era muito novo para mim. Pela primeira vez eu estava morando em uma cidade assustadoramente grande, sem amigos e familiares por perto e não tinha idéia de como seria essa nova fase da minha vida, pois nunca antes eu tinha feito algo parecido.
No primeiro dia do treinamento missionário que eu fui fazer em BH, na JOCUM, foi organizado um café da manhã especial para apresentar os novos alunos do curso e os voluntários do centro comunitário onde moraríamos nos próximos 5 meses. E lá estava ele: alto, olhos de um azul claríssimo, um cabelo loiro que caía até a metade das costas, todo vestido de preto, rosto típico europeu. Ele disse o nome dele, o qual eu não entendi, e que era voluntário no centro comunitário. Desde a primeira vez em que eu o vi, fiquei fascinada e não consegui mais parar de pensar nele. Cada vez que ele passava por mim no centro comunitário, meu coração vinha bater na garganta e eu esquecia de respirar.



Enfim, imagina só se naquela primeira vez em que eu o ouvi falar seu nome o tempo se congelasse e eu tivesse a oportunidade de abrir o Google e digitar isso aqui:



E as respostas fossem:
- Você não vai mais morar na sua cidade, perto da sua família;
- Pelos próximos 6 anos você vai morar e trabalhar nesta favela;
- Você vai casar com esse holandês cujo nome você nem entendeu;
- Daqui 7 anos você vai se mudar para a Bélgica e vai passar muito tempo sozinha lá;
- Em 10 anos você estará morando na Holanda, batalhando para aprender a língua e conseguir um emprego;

Sabe o que eu teria feito se soubesse de tudo isso? Teria entrado no primeiro ônibus para o Paraná e teria me escondido debaixo da cama quando chegasse em casa, simplesmente pelo fato de que aquela menina assustada que tinha acabado de chegar do interior e que ainda chorava de saudade das irmãs, não daria conta de saber o que o futuro lhe reservava. Naquele momento, estar em BH e fazer aquele curso era o máximo com que eu conseguia lidar.
Isso não quer dizer que esses últimos 10 anos foram ruins, muito pelo contrário, foram os mais felizes da minha vida! Mas se eu soubesse de antemão tudo o que iria acontecer, a covardia teria me roubado toda essa felicidade.

Pensando em tudo isso me dei conta de que, mesmo que seja tentador querer saber os spoilers da vida, Deus foi muito gracioso conosco em não nos deixar saber o que acontecerá no nosso futuro.

Eu estou preparada para o hoje. Amanhã estarei preparada para amanhã. A cada dia eu recebo a graça necessária para o hoje.
Um dia de cada vez. Um passo atrás do outro. E é nessa confiança que eu preciso caminhar, sabendo que eu tenho um Pai no céu que está no controle de toda a minha vida, que vai cuidar de mim em cada passo que eu der nessa minha caminhada. Enquanto eu caminho Ele cuida de mim, prepara o chão para eu pisar, sustenta meus passos e me mostra a direção em que devo seguir. Ele conhece cada pedra desse caminho, cada buraco, cada flor a beira da estrada, cada sombra refrescante aonde eu poderei recostar e descansar, cada encruzilhada.
Pronto. Só isso que eu preciso saber.

É simples, mas não quer dizer que seja fácil. A minha fé precisa ser exercitada a cada passo que eu tomo. E não é essa a melhor forma de exercitar a fé? Enquanto eu caminho, aprendo, cresço, espero e creio.

Há 10 anos, se eu soubesse de tudo o que iria acontecer, tenho certeza que eu não daria conta. Mas hoje eu não apenas dou conta da minha vida como está, como sou apaixonada por ela. Eu olho para o passado e dou graças por tudo o que aconteceu. Eu olho para o futuro e confio Naquele que nunca me desamparou.

Pensando nisso, me lembrei de uma música do Casting Crowns que diz assim:





É isso aí, confiar e seguir em frente. E agradecer a Deus por não ser possível sabermos os spoilers da nossa vida.

Semana passada eu peguei uma gripe muito forte e fiquei mal por alguns dias. Certa manhã enquanto o Tijs trabalhava no escritório dele (como ele trabalha em casa, o escritório dele fica ao lado do nosso quarto) e ele estava me ouvindo "brigar" com o meu nariz que não parava de escorrer. Quando ele finalmente levantou da cadeira dele para fazer uma piadinha sobre o quanto eu estava "ranhenta", ficou parado na porta do nosso quarto com um uma cara de quem não estava entendendo nada. Sentada na nossa cama, lá estava eu com lágrimas nos olhos.
Hesitante, ele senta do meu lado e pergunta:
"O que aconteceu?"
Engasgada pelo choro e com a voz meio estrangulada eu respondo:
"Eu estava ouvindo essa música e..." E eu só consigo responder até aí porque os soluços tomam conta e as lágrimas já não me deixam mais falar. Com a cabeça encostada no peito dele e aquecida pelos seus braços apertados ao meu redor, eu deixo a dor vazar, a ferida ser aberta e mais uma vez sangrar.



Tudo começou com um exercício que eu precisava fazer para o meu curso de Holandês em que eu tinha que ouvir uma música e responder algumas questões para testar a minha compreensão da letra. Eu tinha que também pesquisar um pouco sobre a compositora.
O nome da música é "Dat ik je mis" (Algo como "eu sinto a sua falta") que a cantora e compositora Maaike Ouboter escreveu sobre o seu luto pela morte dos seus pais em um acidente.


Durante um velório você recebe muitas palavras de conforto, mas você ouve também muita bobagem. Pessoas sem tato nenhum tentam te confortar, mas acabam falando tanta asneira que você tem vontade que aquela pessoa suma da sua frente numa nuvem de fumaça. Eu lembro que logo no início do velório da minha mãe uma pessoa veio "me consolar" e me disse:
"Kelly, eu tenho mais de 40 anos de idade e perdi minha mãe quando eu era muito pequena. Eu posso te falar com toda a certeza, essa dor nunca vai desaparecer. É uma dor que você vai carregar pelo resto da sua vida."

Eu coloquei esse comentário na lista das piores asneiras que eu ouvi naqueles dois dias de velório. O tempo passou, eu cresci, mudei, adquiri mais experiência e aquele comentário saiu da minha lista negra e passou para a minha lista de maiores verdades que eu já ouvi. No dia 22 de maio desse ano completaram-se 17 anos da última vez que eu ouvi minha mãe falar meu nome. Considerando que eu tinha 16 anos quando ela partiu, agora vivi mais tempo sem ela do que com ela. Não sei explicar, mas é como se fosse mais um marco ultrapassado na minha caminhada de luto. A partir de agora, minha experiência sem uma das pessoas mais importantes da minha vida é mais longa do que com ela. Isso diminui a dor? De forma alguma.



Dor. Você já parou para pensar em tudo o que fazemos para fugir dela? Ninguém quer sentir dor. Usamos todo e qualquer artifício para nos anestesiarmos. Eu posso citar alguns que eu uso: livros com final feliz, maratonas de seriado, dormir.
Mas a dor é inevitável. Ela faz parte da vida, quer queiramos ou não.

Por muito tempo eu tentei sufocar o meu luto por pensar que era ridículo que, mesmo com o passar do tempo, eu ainda sentisse tanta dor. Pensava que a dor TERIA que amenizar e que eu era fraca demais por me deixar abater assim depois de tanto tempo.

Quanta bobagem!



A dor não é para ser evitada, não. É para ser sentida e vivida. Há que se beber do cálice todo, até a última gota. Só assim poderemos sair do outro lado vivos. Não posso dizer que saímos do outro lado felizes, inteiros, completos. Saímos em paz, leves e com os pés no chão.

Através da dor eu lembro que sou gente, que amo, que preciso olhar o mundo com mais graça, que não sou perfeita, que preciso dos outros, que preciso de Deus. A dor me ensina, me educa, me dá limites e ao mesmo tempo os amplia.



Então, vez ou outra, eu deixo a ferida se abrir de novo e aquela gota de sangue escorrer. Choro pela falta, pelo que nunca será vivido. Deixo as lágrimas correrem livres, sem restrição alguma. A arte de sobreviver o luto não está em evitá-lo, mas sim em vivê-lo na sua plenitude. Encontro paz ao colocar a dor em seu lugar e quando as lágrimas cessam e eu finalmente posso respirar fundo, ainda em meio aos soluços, sinto paz, renasço e sigo em frente.



Hoje eu percebo que a dor faz parte de quem eu sou, faz parte da minha vida e corre pelas minhas veias. Isso não é necessariamente ruim, não. Acredito que isso me faz andar com os pés no chão, me ajuda a dar mais valor ao que realmente é importante na vida, me faz amar ainda mais a Deus e experimentar a Sua graça sobre a minha vida.

Não vou fugir. Não vou me anestesiar.
Vou beber desse cálice todo.
Essa dor é minha, foi Deus quem me deu.
Hoje eu choro e deixo-a tomar conta.
Amanhã prosseguirei em paz.

"Às vezes eu me assusto com o quanto eu pareço com você

Meus sorriso, minhas lágrimas,

Meu amor, minhas experiências,

Eu sinto muito por tudo

Vem me ajudar e me liberta

E me deixe ir

Eu posso seguir sozinha

Mas me abrace forte, se for necessário

Em pensamentos

E eu te encontro em tudo ao meu redor

Mesmo que às vezes eu pense que é melhor assim

Não consigo evitar

Às vezes eu sinto a sua falta."

 

A minha jornada no mundo fitness começou bem sem querer. Eu estava passando por um momento difícil e estava entrando num quadro depressivo. Precisava fazer algo urgente, pois eu não queria mais entrar naquela rotina de novo de antidepressivo e terapia.


No passado, quando eu comecei a procurar ajuda para os meus problemas emocionais/psicológicos, todo médico que eu consultava me falava do exercício físico como um "antidepressivo natural". Eu torcia o nariz para isso. Eu nunca fui atleta, pelo contrário, tinha um ódio de fazer exercício físico. Era sedentária de carteirinha. Precisava de ver meu mau humor quando eu tinha que subir a pé o morro aonde eu morava em BH. Morria de ódio!!
Meu cunhado estava fazendo um circuito de exercícios para fazer em casa, um programa chamado Insanity e ele sugeriu que eu tentasse. Eu pensei: exercício físico = endorfina = antidepressivo natural. Era a minha chance de tomar o controle daquela situação e reverter aquele quadro depressivo.



O Insanity é insano mesmo. Só no aquecimento, que dura uns 10 minutos, eu tinha que pausar o vídeo umas três vezes. Pernas tremendo, respiração acelerada e sentimento de que estava prestes a morrer (exagero). Chorei algumas vezes. Depois de um mês, tive que parar, pois consegui uma contusão no tornozelo. Mas veja bem, eu não fui muito esperta nessa minha primeira tentativa fitness. Eu não tinha preparo físico nenhum, resistência física igual a zero e fui tentar um programa muito pesado querendo fazer tudo igual ao treinador.
Depois de um mês parada, mas pesquisando um outro tipo de atividade, encontrei um programa do mesmo treinador do Insanity, Shaun T, que parecia ideal para mim. E foi mesmo! Esse programa me ajudou a criar condição e resistência física. A partir daí, nunca mais parei e nunca mais fui a mesma.
Por isso que eu sempre digo que: se eu consegui deixar o sedentarismo de lado, todo mundo consegue!



Para mim, fazer exercício em casa é o ideal (detesto academia!!). Eu economizo tempo e dinheiro. E também, a idéia de malhar na minha própria casa, com a roupa que eu quiser, descalça, a hora que eu quiser, o tanto que eu quiser, do jeito que eu quiser, é muito atrativa!


Muita gente diz: "Se eu não pagar pela academia, não vou ter motivação para malhar."
Colega, se a sua motivação é o dinheiro que você gasta, pode cancelar seu plano na academia, porque você vai desistir. Sua motivação tem que ser você, sua saúde, seu bem-estar. E se a sua motivação for você, tanto faz malhar em casa, na academia ou no parque.
Outra preocupação de malhar em casa é a forma dos exercícios. Feito de forma errada, um exercício pode trazer prejuízo ao invés de benefício. Isso é verdade. Mas os programas que eu faço sempre tem um treinador explicando a forma correta de fazer os exercícios. E o google tá florido de tutorial de exercícios. É só pesquisar "forma correta do exercício ..." e você vai encontrar centenas de links.

Algumas idéias sobre malhar em casa:

Colega, você não precisa começar sendo o Macgyver da maromba. Todo mundo tem suas limitações e, no começo, você precisa pegar leve, pois o seu corpo precisa criar resistência. "Ah, mas fulano faz 300 flexões de braço" Mas você não é fulano. Você é você. Lembra quando sua mãe dizia que você não é todo mundo? Ela estava falando a mais pura verdade! Comece devagar e se tiver que modificar os exercícios, modifique. Com o tempo você fica mais forte. É um processo, um dia de cada vez, um passo atrás do outro. Respeite seu corpo, respeite seus limites.
Quando eu comecei a minha jornada fitness, eu fazia duas flexões e meia e caía no chão morta, inválida. Hoje eu consigo fazer 25 seguidas. Daqui 3 meses provavelmente eu conseguirei fazer mais. Paciência e perseverança!
Abaixo um exemplo de flexão modificada.

Se você nunca fez flexão na vida e seus braços ainda não tem resistência, comece fazendo esse exercício reclinada em uma cadeira/parede/mesa/balcão.

Quando você se sentir confiante o suficiente, faça a flexão apoiada sobre seus joelhos. Até hoje eu faço assim quando já estou muito cansada e começo a perder a forma. Depois de um tempo, quando você sentir que criou uma boa condição nos seus braços, tente fazer a flexão em posição normal. Mas comece devagar. Faça um set de 5 em posição normal, depois mais 10 sobre os joelhos. Amanhã faz 6 em posição normal, no outro dia 7... e assim por diante.

Essa é a minha "academia"

Definitivamente você não precisa ter um quarto especial para seus exercícios. Eu malho todo dia no corredor entre a sala e o resto da casa. É o suficiente. Raramente aparece um exercício que precisa de mais espaço e , quando aparece, eu modifico para o espaço que eu tenho.

Muita gente pensa que malhar em casa é sinônimo de montar uma academia em casa. Mentira! Não precisa de nada disso. Muitos exercícios usam o peso do próprio corpo para criar resistência. Tem uma pancada de exercícios de cardio para fazer em casa, você não precisa comprar uma esteira para isso (além do fato de esteira ser um exercício chato pra caramba!).
O que eu comprei até agora foi um par de pesos que eu já uso por mais de um ano (já está na hora de dar um up no meus pesos) e um tapete de ioga. Outro artigo que eu comprei porque eu quis, não porque é essencial, foi um monitor de batimentos cardíacos. Eu gosto de saber quantas calorias que queimo em cada treino e também gosto de contabilizar as calorias queimadas no My Fitness Pal (meu contador de calorias). Mas olha só, comprei um modelo simples, num site de coisas de segunda mão. E foi só isso, gente. No mais, eu uso meu próprio corpo como peso. Mais para frente no post, vocês vão ver como isso é possível.

Logo abaixo eu vou mostrar para vocês os programas que eu fiz até hoje. Talvez quando você pensa em programa para malhar em casa, você pensa naqueles programas ridículos dos anos 80. Mas eu te prometo, esses que eu faço não têm nada a ver com isso. :D





O primeiro (o primeiro de verdade, depois do fiasco da minha primeira tentativa com o Insanity) foi o Focus T25. Programa jóia demais que dura 18 semanas. Ele tem 3 fases e cada fase aumenta o nível de dificuldade dos exercícios. Cada fase tem entre 4 e 5 vídeos com duração de 25 minutos e que trabalham diferentes grupos musculares do corpo. Esse programa foi fundamental para que eu criasse uma base sólida na minha condição física.
Esse programa conta com um modificador para fazer os exercícios com baixo impacto e para iniciantes.


Depois que eu criei mais condição física tentei mais uma vez o Insanity. Foi questão de honra!! haha
Depois do T25 eu já tinha mais condição física. Mesmo assim o Insanity é bem pesado. Eu me sentia uma heroína depois de acabar cada vídeo. Na minha cabeça eu tocava "Eye of the tiger" para mim mesma!

O Insanity dura 9 semanas. No primeiro mês os vídeos são mais curtos e duram de 30 a 45 minutos. No segundo mês o circuito muda e os vídeos duram por volta de uma hora.
Esse programa não tem o modificador.





Meu favorito!!! É tão doido quanto o Insanity, mas os vídeos tanto no primeiro mês quanto no segundo duram apenas 30 minutos. É um programa excelente!!! O programa dura 2 meses, mas eu fiz 2 rodadas e volta e meia eu ainda faço um vídeo ou outro desse programa, porque ele realmente é muito bom!
Ele conta com um modificador em todos os vídeos, em caso de exercícios de baixo impacto e para iniciantes.




Esse é um programa mais voltado para a definição dos músculos e usa pesos em quase todos os circuitos. Ele parece muuuuito mais fácil do que o Insanity e Insanity Max:30, mas queima quase a mesma quantidade de calorias e de deixa morto com farofa. Dependendo do peso que você usa, é um programa pesado. Mas ele tem a flexibilidade de ser um programa mais leve, se você usar pesos mais leves.
Os vídeos duram 30 minutos e o esquema dele é de 21 dias. mas eu não sigo o esquema normal, pois eu não fiz ele por apenas 21 dias, mas já faz uns 3 meses que eu faço esse programa. No esquema original do programa, você malha todos os dias da semana por 21 dias. Eu malho entre 5 e 6 dias por semana. Mas esse que é o barato de malhar em casa, você decide o que quer fazer.
Esse programa também conta com um modificador.



Eu estou de olho em um próximo programa chamado 22 minute Hard Corps, que é um programa de treino físico militar. Mas essas são cenas para um próximo capítulo. :D

O "problema" desses programas acima é que eles são todos em inglês e se você não tem uma boa compreensão da língua inglesa, eu sugiro que não os faça, pois os treinadores dão dicas importantes sobre a forma e a execução dos exercícios que, se não forem seguidos a risca, podem causar lesões. Mas fuçando na internet, eu achei um canal no youtube aonde você pode achar treinos muito legais. Os vídeos são muito bons e muito parecido com os que eu faço.
É só clicar aqui ó: Exercício em Casa

Eu vou dar mais uma procurada para vocês com esquemas e dicas de treino, mas esses ficam para outro post, senão esse post aqui vai ficar quilométrico.



Mas olha só, se você gosta de ir na academia: vá! Se você gosta de correr: tire o pó dos seus tênis de corrida! Se você curte natação: nade! Mas não deixe de praticar exercício físico. Como eu disse no começo: se eu deixei a vida sedentária de lado, qualquer um consegue! Eu não consigo nem medir a diferença que começar a malhar fez na minha vida. Os 22 quilos que eu perdi foram o de menos. Eu tenho uma saúde mental e física como nunca antes, tenho mais disposição, durmo melhor e é um ótimo estímulo para me alimentar melhor.
Claro que tem aqueles muitos dias que eu quero tirar uma soneca em vez de malhar. Mas vou te falar uma coisa que é a mais pura verdade e eu pude provar e comprovar: se você deixa de malhar e deixa a preguiça tomar conta, você SEMPRE se arrepende. Mas você NUNCA se arrepende de ter malhado.



E ai, bora deixar a vida sedentária para trás?

*Eu fiz uma busca rápida na internet e vi que todos esses programas estão disponíveis para compra no mercado livre e estão com preços ótimos. Se não encontrar lá, pode comprar pelo Amazon, E-bay ou no site da empresa mesmo, Beachbody.com.

Ontem de manhã eu me pesei e me dei conta de que cheguei na minha meta final: 60kg. Foi uma vitória! De 82kg para 60kg. Fiquei feliz pra caramba. Foi uma caminhada muito boa que mudou para sempre a minha vida. Por quê? Porque eu aprendi a comer.



No começo é lógico que é difícil, pois você precisa mudar vários hábitos, paradigmas e gostos, mas depois de um tempo fica fácil e neste texto eu vou contar porque que esse processo fica fácil.

Quero começar falando que eu sou uma pessoa normal, que come comida normal, que cozinha para um marido que come comida normal. Eu não fico inventando moda com ingredientes que não se pode achar em qualquer supermercado. Um dia eu pensei em comprar o tal do sal rosa do Himalaia e quase caí de costas por causa do preço. Deixa prá lá, pensei. Cresci comendo o sal normal e tô viva até hoje... :D
Também quero enfatizar que eu não tenho nenhuma fórmula milagrosa, eu descobri o que eu gosto e que se encaixa na minha rotina. Quem sabe o que eu gosto não é o que você gosta. Eu, por exemplo, odeio batata doce e abacate. Até agora não consegui achar um jeito de comer essas duas coisas, por isso não consumo. Mas de repente você adora abacate, então minha filha, vai com tudo!

Apesar de não existir nenhuma fórmula milagrosa, existem certos padrões que, se seguidos fielmente, trazem resultados não só na perda de peso mas na melhora da saúde.
Eu comecei bem timidamente a mudar meus hábitos alimentares. Não sabia muito o que tinha que fazer e não tinha ninguém para me ajudar. Tive que pesquisar muito no google para chegar a algum lugar.
Comecei então pelo básico.



Arroz branco => arroz integral
Macarrão       => macarrão integral
Pão branco    => pão integral
Açúcar          => stevia
Carne            => carnes magras, peixe e MUITO peito de frango
Lanchinhos gordurosos, biscoito, bolo, doce, chips => fruta ou nozes
Chocolate ao leite => chocolate amargo (70% ou +)
Sucos industrializados, refrigerante => água, água com sabor (feita em casa) ou suco natural

Pronto. Foi isso que eu mudei. Esse é a base da minha alimentação até hoje e esse será sempre meu padrão. Além disso, eu uso alguns produtos light. Por exemplo: cream cheese (para passar no pão no lugar da margarina), queijo e creme de leite (para uso culinário, tipo, para fazer purê de batata ou molho de estrogonofe). Eu também tomo leite magro (aqui eu não acho leite light), iogurte com baixo teor de gordura e o creme para o café (minha fraqueza) eu uso o magro.



Também tem a questão da quantidade. Eu costumava comer MUITO! Até me empanturrar. Até sentir falta de ar de tão cheio que meu estômago estava. Isso definitivamente não é normal. Nosso corpo não precisa disso. Eu precisava urgentemente aprender a comer uma quantia normal, foi aí que eu comecei a contar calorias. Mas veja bem, gente, contar calorias e um terreno obscuro. Pode dar muito certo, mas tem chances de dar errado.
Muita gente se foca no número e não na nutrição. Você tem um limite de 1500/1800 calorias por dia. Aí a pessoa toma coca, come biscoito, come uma barra de chocolate e pensa: Ah, tudo bem, tá dentro do meu limite de calorias. ERRADO!!
Primeiro pense na nutrição! Sempre!! Não tem palavras suficientes que eu possa usar aqui para expressar a importância disso.

Veja só:
=> 30g de biscoito trakinas tem 144 calorias.
=> Um potinho de iogurte (109cal) + fruta (kiwi 50g 31 cal) + col de aveia (56 cal) tem 196 calorias.
Mas nutricionalmente falando, qual desses lanches seria melhor? Obviamente que a segunda opção.

Eu uso o Myfitnesspal para controlar minhas porções. O myfitnesspal é um app disponível para Android e Apple. O nome é em inglês, mas você pode usar o aplicativo em português (ou na língua que você quiser). Ele funciona como uma rede social também. Você pode usar com seus amigos e se encorajarem mutuamente. Conectado com o FaceBook, lá você acha seus amigos do FB que usam o Myfitnesspal também.





A divisão ideal seria:
50% legumes e verduras
25% carboidratos
25% proteína

Honestamente, eu ainda não consigo fazer isso todos os dias. Alguns dias eu faço, outros não. Eu como mais carboidrato do que o "ideal". Mas eu sempre tento comer no mínimo 2 tipos de legumes ou verduras (em geral bem mais do que 2 tipos). Talvez no futuro eu consiga. Eu ainda estou mudando coisas na minha alimentação, aprendendo a comer e mudando meus gostos.
Certa vez eu li em algum lugar algo que me marcou e que me ajudou a ter mais paciência:

"É uma jornada e não uma competição."

E isso é muito verdade. Essa mudança toda exige paciência e tempo. Não é do dia para a noite. A gente vai caminhando e aprendendo com a caminhada.
Não tenha pressa. Tenha foco. 


Gente, 'garra' nessa regra de alma e coração!! Eu uso essa regra para tudo na vida, mas hoje vou me focar na alimentação.
NINGUÉM, repito, NINGUÉM consegue ser muito rígido a vida inteira. NINGUÉM consegue ser 100% saudável 24/7. Às vezes a gente estabelece alvos tão rígidos que são até ridículos. Em menos de 1 mês a gente percebe que não dá e desiste de tudo.
Desenvolva um padrão alimentar que dure para o resto da vida!
Durante a semana eu como normal, controlo minhas porções e tento comer o mais saudável possível, mas no fim de semana eu me dou o direito de ter alguns "luxos".
Eu bebo um vinhozinho com meu marido assistindo um seriado ou filme, como chips, como sobremesa ou asso um bolo, todo sábado eu janto batata frita e todo domingo eu faço uma almoço especial. Como sem culpa, mas tudo na medida, né, gente, sem comer até me empanturrar. Eu também malho por mais tempo no fim de semana, mas aí isso fica para outro post.
Se você corta coisas demais da sua alimentação, o seu padrão alimentar tem a tendência de não durar. Eu jamais faria uma dieta em que eu não pudesse nunca mais comer pizza ou tomar um sorvete. Loucura isso. A palavra de ordem é EQUILÍBRIO.
Coma 80% saudável e 20% menos saudável.
Mas não tente enganar a si mesma sempre que tiver vontade de comer alguma coisa "especial" dizendo toda hora "ah, esse entra nos meus 20%". Dessa forma seu 20% acaba se tornando 50%, 70%, 80%...
Estabeleça um dia para isso. Eu passo a semana toda esperando chegar sábado para poder jantar batata frita com frikandel speciaal (uma iguaria holandesa que é tipo um salsicha frita). Ou passo a semana toda planejando fazer aquele "bolão de chocolate delícia". Isso é um encorajamento para aqueles momentos em que a vontade de comer porcaria bate forte.

Durante a semana

Sábado

Enfim, com pequenas mudanças, uma boa reorganizada no cardápio e paciência dá para se reeducar, dá para criar um padrão alimentar que vai durar para o resto da vida. Sem restrição maluca, sem passar fome, sem precisar de vitamina extra.
Equilíbrio, paciência e foco.
Não é impossível!